Empresas investem na tecnologia para manter moradores em suas cartas de clientes
O conceito
de casa inteligente chega aos imóveis de padrão econômico do Minha Casa, Minha Vida.
Por meio da implementação de tecnologias, as residências ganham eficiência no
uso dos recursos, como energia e água, reduzindo custos e impactos ambientais.
"O
Brasil está entre os cinco países com maior déficit habitacional em todo o
mundo, por isso temos o propósito de expandir a nossa operação para outros
estados, promovendo o desenvolvimento econômico e social das comunidades",
diz Susanna Marchionni, cofundadora e CEO da Planet Smart City no Brasil.
Desde 2015,
a empresa investe na construção de bairros e
condomínios inteligentes para a baixa renda no país.
No ano
passado, a multinacional investiu mais de R$ 122 milhões. Para este ano, a
projeção de faturamento é de R$ 300 milhões, com um investimento de cerca de R$
140 milhões.
A Planet
Smart City tem sete empreendimentos no país, nos estados de Ceará, Rio Grande
do Norte e São Paulo. Na capital paulista, os projetos serão verticais, nos
bairros Freguesia do Ó (zona oeste) e Itaquera (zona leste), com unidades de R$
100 mil a R$ 135 mil.
Em São Gonçalo do Amarante, no Ceará, a proptech (startup voltada para o mercado imobiliário) construiu a Smart City Laguna com uma área total de 330 hectares. O bairro planejado tem imóveis para diferentes faixas de renda, além de comércio e lazer. A estimativa é que o local receba 20 mil pessoas.
Uma das
tecnologias oferecidas foi selecionada pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas
para o Meio-Ambiente). A iniciativa envolve a instalação de painéis
fotovoltaicos, sistemas de armazenamento de e recursos de gerenciamento digital
de energia em cerca de 150 residências.
Uma série
de sensores que registram informações de sistemas elétricos alertará os
moradores diretamente em seus celulares, permitindo que eles adaptem o consumo
de energia às suas necessidades, reduzindo o desperdício e as despesas.
O alerta é
por meio do aplicativo desenvolvido pela Planet Smart City para residentes de
seus bairros inteligentes. Por meio de um painel de controle, é possível
monitorar a casa, controlar o consumo de água, de energia, consultar a
qualidade do ar e acompanhar o andamento de obras na região, além de agendar
serviços como o uso da biblioteca e as caronas compartilhadas.
A Planet
Smart City tem algumas estratégias para gerar mais lucro. Uma delas é a
comissão sobre vendas de produtos e serviços oferecidos pelo aplicativo Planet
App.
Outra forma
são os aluguéis que estabelecimentos comerciais começam a pagar à proptech um
ano após se estabelecer no bairro. Em contrapartida, a manutenção é feita pela
empresa, sem a cobrança de condomínio.
A empresa
também vai disponibilizar o conceito de soluções inteligentes e acessíveis a
empreendimentos já construídos por meio de parcerias com construtoras e
incorporadoras. A implementação deve custar, em média, R$ 20 por condômino.
Os dois
primeiros projetos serão implementados em São Paulo e em Fortaleza, com
investimento de R$ 1,5 milhão.
A inclusão digital e social são aspectos relevantes no conceito de cidade inteligente. Nos projetos de habitação popular, as empresas buscam garantir o acesso facilitado a serviços e informações essenciais para o desenvolvimento pessoal e profissional dos habitantes. Os projetos são desenvolvidos de forma colaborativa, envolvendo os moradores desde a fase inicial.
A MRV, uma
das maiores operadoras no segmento de construção popular, fechou parceria com a
uCondo, uma plataforma de administração de condomínios. Por meio do aplicativo
Conviver MRV, é possível acompanhar a manutenção do condomínio, administrar as
contas e reservar áreas comuns, entre outros serviços.
A
ferramenta passou a ser disponibilizada neste ano. Pelo menos 130 condomínios
construídos pela empresa já a utilizam. Com o app, as empresas acompanham o
comportamento de boa parte do residencial, possibilitando traçar estratégias de
negócios e melhorar a oferta de serviços.
"Poderemos
avaliar se o pessoal usa mais carro ou transporte público para analisar se
conseguimos reduzir o número de vagas de garagem em determinada região, por
exemplo. Com o aplicativo, consigo ter de forma praticamente instantânea
informações que levariam meses para chegar", diz Felipe Cardoso dos Reis,
diretor de inovação da MRV.
"O
aplicativo ajuda no dia a dia do morador, do síndico e da administradora. Por
meio do cruzamento de informações, podemos oferecer estratégias até para
diminuir a inadimplência e os gastos gerais do condomínio, gerando
eficiência", afirma Marcus, CEO da uCondo.
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