Por Juliana Iwashita, arquiteta, pós graduada em engenharia elétrica, especialista em iluminação e eficiência energética.
A iluminação integrativa é conforme a definição da CIE -
Comissão Internacional de Iluminação, o termo oficial para iluminação que tem
como objetivo específico integrar efeitos visuais e não visuais, produzindo
efeitos fisiológicos e psicológicos em humanos que se refletem em evidências
científicas. Também conhecida como iluminação centrada no ser humano, ou como
iluminação circadiana, a iluminação integrativa vem ganhando força nos últimos
anos com a entrada de novas tecnologias de produtos e sistemas de automação.
É possível mudar a tonalidade da cor de uma fonte luminosa
por controles remotos, celulares ou mesmo por voz, mudando o espectro da luz
durante o período do dia e da noite.
Contudo, será que as pessoas têm conhecimento de como a luz
interage no nosso ciclo circadiano? É comum vermos a noite pelas janelas de
edifícios e residências o uso da luz fria nos ambientes. Esta, entretanto, não é
a temperatura de cor ideal na iluminação integrativa para este horário.
A iluminação interage com o ciclo claro e escuro que regula
o sistema circadiano, ciclo aproximado de 24 horas, que sincroniza os processos
internos do ser humano para permitir a sua adaptação ao meio ambiente. O ciclo
claro escuro é considerado um marcador temporal que tem funções como controlar
o processo de sono vigília, batimentos cardíacos, temperatura corporal, pressão
sanguínea, humor e comportamento. E sabe-se que a luz impacta diretamente no
ciclo circadiano, principalmente nos hormônios melatonina e cortisol.
Uma exposição inadequada à luz branca fria no período
noturno pode reduzir ou retardar a produção de melatonina, que é um
antioxidante, protetor do corpo. A alteração da produção da melatonina pode
causar no curto prazo impactos como sonolência durante o dia, redução do
desempenho e produtividade, falta de concentração e alterações comportamentais,
porém no longo prazo podem causar doenças metabólicas e cardiovasculares, maior
risco de casos de câncer, depressão e transtornos de humor.
Durante o dia, por sua vez, a falta de luz com espectro mais
azulado, também impacta negativamente, pois acaba gerando menor produção de
cortisol, o hormônio do stress que nos deixa alertas.
Assim a iluminação pode trazer uma série de benefícios ou
malefícios à saúde física e mental do ser humano. Saber como usá-la e como não
usá-la é essencial para garantir não apenas as condições visuais necessárias
para as atividades, mas também garantir condições biológicas e emocionais
saudáveis para as pessoas.
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A Arquiteta Juliana Iwashita da EXPER
Soluções Luminotécnicas apresentou este tema na sua palestra durante o Painel LAR Inteligente, em março de 2023
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