Empresas como Google, Amazon e outras big techs se concentram em uma acirrada disputa pelo comando das casas inteligentes. Vitoriosos sairão com grande vantagem competitiva. Saiba o que está em jogo tanto para as empresas e quanto para os consumidores.
Dentro de casa os consumidores geram um gigantesco volume de dados sobre as suas ações, manias e vontades que hoje são pouco mapeadas neste ambiente mais reservado. E dados são o petróleo da era atual, matéria-prima que move os negócios do futuro. A marca que tiver acesso ao dia a dia do lar estará ciente dos comportamentos das pessoas na intimidade, conseguirá identificar em tempo real desejos e necessidades e terá enorme influência para oferecer a elas produtos e serviços. Cada casa se transforma em um centro de compras com poder de decisão.
Móveis e eletrodomésticos equipados com sensores fornecerão as informações para o “cérebro” da residência, que chamamos de hub, aprender sobre a rotina dos moradores. Assim, pode automaticamente agendar um Uber na hora que a família precisa sair para a rua. É possível identificar comportamentos prejudiciais à saúde e recomendar serviços de um preparador físico, um terapeuta, um médico. Dá também para fazer compras dos itens de supermercado de forma autônoma. São inúmeras oportunidades de negócio para as empresas e benefícios referentes a conforto, economia e sustentabilidade para o consumidor.
Neste momento enxergamos a disputa pelo hub da casa inteligente na concorrência entre os assistentes pessoais. A Amazon com a Alexa e o Google se colocam como os principais rivais. Samsung, Apple, Microsoft e gigantes chinesas como o Alibaba e a Tencent virão forte para a briga, que está só começando.
Para tudo isso acontecer temos um caminho estrutural a seguir. A tecnologia 5G é fundamental para suportar o volume de dados na rede de comunicação móvel. A evolução da pesquisa e aplicação da inteligência artificial nos modelos de negócios das empresas ditará a velocidade de desenvolvimento da casa inteligente. Tem também o tempo necessário para que a tecnologia se torne acessível financeiramente. E claro, as regras para que haja respeito à privacidade dos dados das pessoas.
O exercício de futurologia que faço aqui pode provocar medo em muita gente. O sentimento é comum quando imaginamos rupturas nas rotinas das nossas vidas. Há, no entanto, muitos benefícios envolvidos, tanto para empresas quando para as pessoas. Precisamos de sabedoria para aproveitar a tecnologia de forma positiva para todos. Então, leitor, olhe mais uma vez para a sua casa e guarde essa cena na memória. O que você vê hoje pode se tornar apenas lembrança amanhã.
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